quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

Seguro sobe menos que cesta básica

BRASÍLIA (ABr) - O reajuste do seguro-desemprego, de 12,048% para 2009, publicado no Diário Oficial da União de segunda-feira, é menor que o aumento da cesta básica na maior parte das capitais analisadas pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), no ano de 2008. A informação é do supervisor do escritório regional da entidade, em Brasília, Clóvis Scherer.
De acordo com o economista, das 17 capitais pesquisadas, apenas em cinco delas (Belém, Goiânia, São Paulo, Belo Horizonte e Aracaju) o custo dos alimentos essenciais foi inferior ao aumento do seguro-desemprego. Na capital federal, por exemplo, a cesta básica em dezembro de 2008, ficou em R$ 236,15, o que significa uma elevação de 22,21% em relação ao mesmo período do ano anterior, que foi de R$ 193,23.
Segundo Scherer, com o valor médio do benefício do seguro-desemprego informado pelo ministro do Trabalho e Emprego, Carlos Lupi, de R$ 564,40, pode-se comprar, em Brasília, 2,39 cestas básicas, ou 342 litros de leite ou 119 quilos de feijão ou ainda 96 quilos de pães. A Resolução n° 587, do Conselho Deliberativo do Fundo de Amparo ao Trabalhador (Codefat), definiu que, com o reajuste, o menor valor pago ficará em R$ 465,00 e o maior será R$ 870,01.
Ainda segundo o Dieese, o tempo médio que um trabalhador fica desempregado é de 62 semanas, ou seja, por mais de 15 meses, enquanto o pagamento é feito por no máximo cinco meses. O aumento do auxílio-desemprego é sempre vinculado ao do salário mínimo. Todos as parcelas são pagas com base no aumento, independente da data em que o trabalhador entrou com o pedido.
Fonte: Folha de Pernamuco do dia 04/02/2009